Vejo todos os meus irmãos morrendo, todos os dias.
A morte os cerca e me cerca.
Crassa por aí uma peste maior do que aquela que Camus contou.
E aqui não temos o solidário Dr. Rieux.
Os lugares por onde passei também já não existem mais, a não ser somente nas minhas lembranças. E as pessoas que conheci, as flores que cultivei e o amor que senti, já nada existe.
Finitos.
Passaram.
Morreram.
A peste os levou.
Além disso, vejo o amor morrendo todos os dias e pessoas se apegando ao que está morto, ao que passou.
Sinto que vivemos como se não tivéssemos uma origem, apenas a certeza do fim.
Tudo é finito, temporal.
Finitos nós, nossos corpos densos, nossas ideias tortas, nossos rótulos, nossos juízos sem causa.
Está faltando nos amarmos como irmãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário