quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Assim falou Zaratustra

É vasta e rica a obra de Friedrich Wilhelm Nietzsche e, quase sempre, nela encontramos resposta para todas as crises, sejam pessoais ou coletivas.
Gosto demais de " A Gaia Ciência", "Humano, demasiado humano", " A Genealogia da Moral" e, principalmente, de " Assim falou Zaratustra".
Refletindo, "nas horas vagas de reflexão", sobre a nossa política, sobre como se comportam os Estados diante de graves crises como aquecimento global, sobre a carga tributária brasileira, sobre os paradoxos das políticas municipais, transcrevo, a seguir, um excerto da obra de Nietzsche " Assim falou Zaratustra", convidando-os a fazerem um paralelo entre o universo da obra e a nossa realidade.
ASSIM FALOU ZARATUSTRA de Nietzsche
(...)
Em algum lugar há ainda povos e rebanhos, mas não entre nós, meus irmãos: aqui há Estados.
Estado? O que é isso? Pois bem! Agora abri-me vossos ouvidos, pois agora vos direi minha palavra da morte dos povos.
Estado chama-se o mais frio de todos os monstros frios. Friamente também ele mente; e esta mentira rasteja de sua boca:"Eu, o Estado, sou o povo".
É mentira! Criadores foram os que criaram os povos e suspenderam uma crença e um amor sobre eles: assim serviam à vida.
Aniquiladores são aqueles que armam ciladas para muitos e as chamam de Estado: suspendem uma espada e cem apetites sobre eles.
Onde ainda há povo, ali o povo não entende o Estado e o odeia como olhar mau e pecado contra costumes e direitos.
Este signo eu vos dou: cada povo fala sua língua de bem e mal: esta o vizinho não entende. Sua própria língua ele inventou para si em costumes e direitos.
Mas o Estado mente em todas as línguas de bem e mal; e, fale ele o que for, ele mente-- e o que quer que ele tenha, ele roubou.
Falso é tudo nele; com dentes roubados ele morde, esse mordaz. Falsas são até mesmo suas vísceras.
Confusão de línguas de bem e mal: este signo vos dou como signo do Estado. Em verdade, é a vontade de morte que esse signo indica! Em verdade, ele acena aos pregadores da morte!
São demasiado muitos os que nascem; para os supérfluos foi criado o Estado!
(...)
Muitas terras viu Zaratustra, e muitos povos: nenhuma potência maior encontrou Zaratustra sobre a terra, do que as obras dos que amam...
(...)

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