Da janela do apartamento onde moro vi uma cena triste em que um pássaro ficou preso no poste de luz onde tinha seu ninho. O passarinho – um filhote de Tesourinha já em ponto de voar, enroscou uma das patinhas no que parecia ser um fio ou fiapo do próprio ninho, e assim ficou, ora dependurado, ora na borda do ninho, batendo as asas e tentando desvencilhar-se do que o prendia. Sua mãe chegava constantemente ao local e pousava ao lado do filho.
Entrei em contato com a AESSul, a empresa que é responsável por casos como este. Fiz quatro ligações telefônicas para a central de atendimento, e também estive pessoalmente na unidade da AESSul da cidade, sendo que em todas estas vezes prometeram enviar gente para solucionar o problema, o que não aconteceu. Tudo leva a crer que houve este descaso por tratar-se de um bicho, e portanto, sem ter a chance de ser atendido. Difícil foi presenciar o sofrimento da ave e de sua mãe, que não abandonou o filho e tentava alimentá-lo, mesmo estando ele dependurado e fora do ninho. As horas iam passando, e conforme o tempo passava, mais a ave perdia as forças. Passou a tarde, veio a noite, e na manhã do dia seguinte o passarinho ainda agonizava. Por fim, vi o que me pareceu ser um último esforço dele para se reerguer.Depois, naquele ninho, tudo silenciou.
Escrevo isto para registrar a minha tristeza e indignação por presenciar esta triste história ocorrida a alguns poucos metros da janela onde moro, e assim tão perto, nada poder fazer. A AESSul, empresa à qual pago as devidas taxas como consumidora, só enviou funcionários no dia seguinte, e pela parte da tarde, quando o pássaro já estava morto. Isto ocorreu em endereço central, em local não muito distante da unidade de serviço da AESSul em Santiago. Guardo, ainda, na memória a imagem daquele filhinho tão cuidadosamente alimentado pela mãe, que o protegia do calor do sol embaixo de suas asas.
A empresa AESSul, que se diz preocupada com a preservação do meio ambiente, deveria das as devidas explicações aos clientes caso não se julgue capacitada para agir nestas situações. Pelo menos assim, procuraríamos as alternativas e procedimentos cabíveis, sem perdas de tempo e sem promessas vãs,conforme ocorreu comigo. Atualmente, atitudes ecologicamente corretas como a proteção da fauna e da flora, só contribuem para dar crédito ao nome de uma empresa junto à opinião pública, principalmente em se tratando de empresas como a AESSul, cujo trabalho está diretamente relacionado a essa área (corte , replantio de árvores). Burrice é não dar a devida atenção a fatos como este em que uma ave migratória como a Andorinha morre de forma cruel em um poste de luz.
Agradeço à Secretaria Municipal do meio Ambiente e à Associação de Conservação e Proteção aos Animais (ACPA), de Santiago, às quais comuniquei o fato, e que tudo fizeram em auxílio deste caso.
Vera Regina Martins Silva
Leitora
OBS: O fato citado ocorreu nos dias 28 e 29 de dezembro de2011.
Há fotos nos endereços eletrônicos http://jardimdezymm.blogspot.com/ e em http://acpasantiagors.blogspot.com/
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