domingo, 29 de novembro de 2009

Um poema quase profético de LUIZ CORONEL

Tempos profanos

De LUIZ CORONEL*


Verde
é a verdade.
Urge sacralizar
a terra,
ó tempos profanos!
Malsinados sejam
os que empalham araras,
cassam a carteira de vôo
das borboletas
e impõem a Lei do Silêncio
sobre bem-te-vis.
Vêde:
com que sede
as raízes
lambem os lábios da terra
sugando o sumo
das laranjeiras.
Vede:
os ramos
da roseira
são elevadores
por onde sobem aromas
e cores
que explodem
no corpo das rosas.
Com um punhado de terra
nas mãos
a natureza opera seus prodígios.
Saltam samambaias
dos túmulos,
nascem petúnias
entre as ossadas dos javalis.
Que muiltidões
nas praças
julçguem os que afogam os peixes,
defloram as margaridas
e ensinam impropérios
aos morangos.
O sol negará sua sua luz
e a lua, seu lenço
aos que unham, mordem e sangram
o fértil seio da terra.

* LUIZ CORONEL – luizcoronel@agenciamatriz.com.br – poema publicado no jornal Correio do Povo de 21/11/2009, e neste blog, hoje, 29/11/2009, com a permissão do autor.
Este é um poema que tem tudo a ver com o propósito deste blog e tem também com o que penso sobre a vida neste planeta.
Além de ser pura poesia em versos.

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